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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

A valsa da bailarina

O que faz de um aniversário de 15 uma festa especial?
Seriam belos vestidos, uma decoração exuberante, comida fina? Seriam os muitos convidados, o DJ do momento? Talvez, não exatamente.

Ontem tive o prazer de presenciar uma das festas de 15 mais emocionantes que já compareci. Ela não foi realizada em nenhum grande salão de clube. Ela ocorreu no 3º andar de um prédio localizado na rua Sinimbu. Uma pequena sala com o chão forrado de linóleo, espelhos nas paredes e barras de madeira. Este é um dos lugares preferidos de uma pequena bailarina: sua escola de dança.

Lá, ela resolveu comemorar seu aniversário. Levou tortas, docinhos, salgadinhos e refrigerante. Arrumou tudo nas mesas improvisadas. Mas a grande surpresa ainda estava por vir. De repente, a professora deu a ideia: ela precisa escolher um dos meninos para dançar a valsa. Ou melhor, e se ela dançasse um pouquinho com cada um? Então, começaram os preparativos. A menina se retirou da sala. Os colegas fizeram uma meia lua e abriram espaço para a dança. A professora foi em busca de uma valsa entre as centenas de CDs da escola.

Após algum tempo de procura, a música começa a tocar, abre-se a porta e a pequena bailarina entra na sala acompanhada de seu colega. O tradicional vestido longo foi trocado por um lindo tutu rosa florido, improvisado. Todos levantam e batem palmas. E assim, sob os aplausos e algumas lágrimas de emoção, ela dança a valsa de sua mocidade com cada um dos bailarinos. Em seguida, a reverência. E para finalizar, o ‘parabéns para você’ mais sinfônico de todos, ainda embalado pela valsa, e um abraço coletivo. Em frente ao bolo, ela assopra as velas... e faz o pedido.

O que faz os aniversários de 15 tão inesquecíveis... são as pessoas.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

O Ballet no Brasil - O Início

O Balé no Brasil surgiu depois da visita de famosas companhias internacionais, no começo do século, como a companhia de Diaghilev ,em 1913 e 1917, e a Companhia Pavlova, com Alexandre Volinine e seu corpo de baile, em 1917 e 1919. Maria Olenewa, ex-solista de Pavlova, veio ao Rio de Janeiro em 1921 e aqui ficou. Pretendia lançar as sementes do balé clássico no Brasil. Em 1927, o crítico Mário Nunes propôs ao governo, a criação de uma escola de balé oficial, sem ônus para os cofres públicos. Ofereceram a Olenewa, uma sala vazia no Teatro Municipal, disponível durante algumas horas por dia. Com a venda de suas próprias jóias, Olenewa custeou as modestas instalações da escola pioneira. O ambiente era de indiferença, senão de hostilidade à arte coreográfica, com raras, porém entusiásticas, exceções. O esforço de lançar as bases de sua arte no Brasil, custou a Olenewa, entre muitas decepções, um tratamento de saúde de dois anos em hospital da Suíça. Mas o corpo de baile foi criado e oficializado em 1930 , o único até hoje, num país de quase 200 milhões de habitantes. Mais tarde, foi contratado o coreógrafo e maitre-de-Ballet, Vaslav Veltchek, da Ópera-Comique e do Teatro Châtelet de Paris, que haveria de ser outro esteio da dança no Brasil. Em 1944, Tatiana Leskova deixou o balé do coronel Basil para ficar no Brasil. Em 1945 foi contratado Igor Schvezoff como Maitre-de-Ballet. No mesmo ano radicous-se no Brasil a grande dançarina Nina Verchinina que daria uma das decisivas contribuições didáticas à dança brasileira. A revelação do balé moderno do após-guerra foi trazida ao Brasil em 1949 pelos Ballets des Champs-Elysées. Aqui ficou, como professor um de seus integrantes, Pierre Klimov. Em 1962, finalmente, foi chamado a trabalhar no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, o coreógrafo e Maitre-de-Ballet, William Dollar. Rio de janeiro - O corpo de baile do Teatro Municipal do Rio de janeiro começou e se manteve com dificuldades. A escola de bailados do mesmo teatro, fundada por Olenewa, passou às mãos de Yuco Lindenberg, Magdala da Gama Oliveira e Madeleine Rosay. Era ministrado dança clássica, dança moderna e dança característica, além de algumas aulas teóricas.