Uma reivindicação justa, uma indignação e protesto por motivos realmente plausíveis sempre acabam sendo ouvidos. E não deu outra. Após o manifesto do Elvis sobre o lamentável episódio do cacho de uva, no desfile da semana passada ( que mostrou como alguns membros da sociedade permanecem ignorantes em seu preconceito), o jornalista Marcelo Aramis publicou uma coluna, na versão impressa de O Caxiense, sobre o episódio. E ele disse tudo. Para quem não teve a oportunidade de ler, segue abaixo o texto publicado.
Coragem nas pontas
“Três garotos calçam sapatilhas, vestem as calças justas do balé e respiram fundo antes de percorrer a Sinimbu. Quem dera a tensão fosse apenas pelo nervosismo de dançar para milhares de pessoas ou pela responsabilidade de atuar em uma das melhores atrações do Desfile Cênico Musical da Festa da Uva. A cada quadra, entre os merecidos aplausos, ouvem as piadas e os insultos de quem não tolera um homem dançando balé. No corso de quarta-feira (22), a ignorância atingiu o nível mais alto, o da agressividade, e alguém jogou um cacho de uva contra os bailarinos de Dora Ballet, na dispersão. O bailarino Elvis Barbieri, de 21 anos, que comunicou o episódio à coluna, pretende continuar dançando, de preferência onde todos possam ver, e encorajando outros garotos a uma arte que não ameaça a opção sexual de ninguém. É o talento que lhe dá segurança. Os inseguros, os ameaçados a ponto de contra-atacar (?) é que tem que ver isso aí, hein ...”
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